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sexta-feira, setembro 22, 2006

FÍsica e e Matemática: Necessidade de Colaboração no Ensino De Física e Matemática em Cabo Verde


É de reconhecer que a atitude predominante em relação a Matemática entre alguns professores de Ciência tem sido frequentemente de uma preocupação com a “extirpação”. Porém, partindo-se do princípio de que a Matemática é “difícil” ou ensinada de forma deficiente, os alunos tentam lucrar com argumentos referentes a eliminação de certos conteúdos programáticos da disciplina.
O ensino de Matemática necessita de ser cada vez mais bem integrado com a Física, sobretudo no fim do secundário nas áreas científicas, com vista a assegurar e proporcionar aos alunos melhores condições para poderem prosseguir o ensino Superior em Cursos de Ciências e Tecnologias, com especial atenção aos cursos de Engenharia.
É do conhecimento de todos, o fracasso dos alunos cabo-verdianos na área científico Tecnológica nos últimos anos nas Universidades e Institutos Superiores. Como se explica?
O assunto é bem delicado, mas independentemente das Condições socio-económicas, há um outro factor de peso intimamente ligado aos conhecimentos adquiridos no secundário, a indicar:
· Em Matemática, do fim do secundário os conteúdos programáticos, por vezes importantes não são tratados ou são analisados de forma elementar, talvez devido a carga horária;
Os capítulos da Álgebra Matricial, da Álgebra Booleana,
Trigonometria, Geometria Analítica, Analise de Funções,
devem ser abordados de Forma mais complexa, porque estes
constituem o alicerce para a prossecução no ensino Superior na
maioria dos Cursos de Engenharia e alguns outros Cursos
Tecnológicos;

· Em Física, existe lacuna no que concerne a parte prática/experimental, pois a maioria dos alunos de área Científico-Tecnológica terminam o 12ºano sem se conhecerem um laboratório, quanto mais realizar uma experiência sobre um ou outro Capitulo(…) É triste, mas não existe desenvolvimento Científico - Tecnológico só nos livros, ou seja, as leis Físicas que não são validadas ao nível laboratorial, tem pouco ou nenhum interesse nas aplicações Cientificas/ Tecnológicas. Em Cabo Verde, o aluno é obrigado a abstrair, imaginar e acreditar que existem as “Leis Físicas” que no mundo imaginário desses até chegam a ser confundidas com Doutrinas!
Sabe-se que a criação de Laboratórios podem envolver custos, por vezes elevados. Porém, não é esse o motivo que constituem o entrave na criação de Laboratórios Nacionais; Acredita-se que Cabo Verde passará a ganhar muito mais, se houver projectos com metas e Objectivos concretos totalmente virados para o Desenvolvimento Cientifico/Tecnológico, e porque não com a Criação do Ministério De Ciências e Tecnologia???
Projecto de Desenvolvimento/ Colaboração

É imperativo a necessidade da criação de Projectos de Desenvolvimento e de Colaboração entre as Ciências Físicas e a Matemática. A finalidade desse projecto consiste em proporcionar Material/equipamento capaz de permitir ao professor o ensino proveito nas Ciências Físicas por meio de experiências guiadas e não de um compêndio. Pois, a intenção neste caso, é de produzir uma formação estimulante que sirva de educação Geral para o corpo estudantil e uma preparação específica para aqueles que estudam Física e Matemática a seguir do 10º ano de escolaridade;
Pretende-se conter características que atraem os estudantes as Ciências Físicas e a Matemática, em vez de os afastarem.
Os objectivos desejados seriam, em princípio satisfeitos pela incorporação de algumas alíneas que a seguir vou enumerar:

i) Utilização de equipamentos de medição de grandezas Físicas pelo estudante como principal meio de instrução, através de operações de aprendizagem manipulativa guiadas, sendo o compêndio relegado para segundo plano;

ii)Utilização de equipamentos que impressione o estudante, constituindo aparelhagem real e não um substituto “barato” ou brinquedo, (exemplo: a massa é medida com uma balança comercial e não contanto feijões ou botões...);
iii) A existência de um manual do professor que ensine a este o que deve fazer, em especial ao professor que teve um contacto mínimo com a Física/ Química, como actualmente os profissionais as praticam;
iv) Um laboratório de equipamento escolhido de modo que minimize o custo e maximize os êxitos, sobretudo no 3ºciclo do secundário e nos primeiros anos Universitários em Cabo Verde, para os alunos de Ciência e Tecnologia e para os académicos que queiram seguir a carreira de Investigação Cientifica e Tecnológica.
Relativamente a colaboração entre Física e Matemática, existem sem dúvida alguns bons motivos e argumentos a Favor:
a) A Física fornece muitas aplicações mais imediatas e significativas da Matemática da escola secundária, ao nível internacional, nos países desenvolvidos ou em alguns países de desenvolvimento médio;
b) Por fracos que os alunos sejam, decerto que possuem um programa de trabalho que contém uma quantidade substancial de Matemática em cinco ou mais anos de ensino secundário. Se o referido ensino poder ser concebido associado e benéfico a aprendizagem da Física , impõe-se a colaboração entre o ensino de preferência entre os professores das duas disciplinas( Matemática e Física), para a vantagem dos alunos;
c) Tanto a Matemática como Física necessitam de ser mais bem integrados com aplicações modernas na industria e investigação; na realidade, essas aplicações devem constituir frequentemente o veículo pelo qual o assunto é ensinado;
d) Existe sempre um certo conteúdo Matemático em toda a Física efectiva. As formulações matemáticas deparam-se frequentemente ao aluno, tanto no Liceu Como na Universidade, e ajudam-no a aperfeiçoar o rigor das suas ideias;
e) Para alunos, os Futuros utentes e profissionais da Física - os Engenheiros, por exemplo, a Formulação Matemática dos resultados Físicos revelam-se extremamente relevante.

A Física e a Engenharia
As fronteiras entre a Física e a Engenharia nunca Foram rígidos, mas alteraram-se e deformaram-se, modificando-se globalmente de tal forma que a Engenharia exige com firmeza uma posição em terreno que dantes era abarcado pela Física, enquanto esta se desloca para novas regiões de Compreensão. Na realidade, não existe qualquer fronteira entre ambas e segundo o cientista John Lewis tratar-se “apenas de uma junção vagamente descortinado e transportada com frequência pelos homens procedentes de qualquer dos lados”.

Sem se traçar uma linha demasiada vincada, o Físico é normalmente encarado como filósofo natural, o homem contemplativo cujo interesse primordial consiste em compreender e exprimir de forma rigorosa o desenrolar dos acontecimentos e como a matéria é constituída no mundo inanimado, isto é, é o homem cujo pensamento fundamental consiste em estudar e descrever o seu ambiente, e prever o que acontecerá de forma mais exacta possível.
O Engenheiro é mais um homem de acção que pretende compreender a causa e o efeito; a finalidade principal deste é tornar mais agradável a vida, efectuar algo que melhore a sua convivência e conforto dos Humanos;

A relação da Física com a Engenharia é estabelecida em todas as direcções, na medida em que todos os princípios da Engenharia: Mecânica, Hidrodinâmica, electromagnetismo, Análise de Tensão, Transferência de Calor, Termodinâmica, etc..; foram estudados pelos Físicos e depois tomados como regras funcionais para a Engenharia.
Ninguém pode duvidar de que as descobertas e leis da Física mais importantes, tendem em ultima análise, para se incorporar nas regras da Engenharia.
Convergi-nos ao espírito e a reverência concedida pelos engenheiros electrotécnicos a nomes como Faraday, Maxwell e Kelvin, ou recordamos de homens, que nas últimas gerações, se aperfeiçoarem meramente por compreender a constituição última da matéria que representaram a base do único esforço sério para evitar uma carência de carvão, proporcionando a energia nuclear;

A Física proporciona a Engenharia princípios como os de Mecânica, Electromagnetismo, Termodinâmica, Energia Nuclear e Estado Sólido, que originaram problemas de Física aplicada.
Os grandes avanços em vantagens matérias parecem surgir geralmente como uma gratificação da aquisição de conhecimentos. Se concentrarmos os espíritos nos fins utilitários, podemos recordar que as regras práticas da Engenharia, as leis de Newton, etc.…, provieram da contemplação do movimento nos céus, ocupação que no séc. XVII, se poderia revestir de significado para os navegadores e fabricantes de relógios.


Por último, deve-se recordar que os jovens engenheiros e Cientistas, são os futuros dirigentes das Industrias e por vezes responsáveis de Projectos Comuns de Desenvolvimento com os agentes económicos. Portanto, a função de Chefia, neste caso, exige não só conhecimentos e discernimentos técnicos, mas também as qualidades pessoas que inspiram os outros. Tudo isto deposita uma pesada responsabilidade sobre os agentes que devem desenvolver os novos programas nas áreas Cientificas Tecnológicas.


José Custódio B. Lopes
Jocus18@hotmail.com